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BUSCAS POR HOMEM DESAPARECIDO EM BOM JESUS SERÃO REALIZADAS CONFORME SOLICITAÇÃO DA PC

Após a suspensão das operações de buscas do caminhoneiro Luciano Boeira Melos, 27 anos, desaparecido em Bom Jesus, na Serra Gaúcha, desde 26 de julho, o capitão do Corpo de Bombeiros Militar de Vacaria, Vinicius Manfio, informou que novas investigações serão feitas em locais específicos mediante solicitação das investigações da Polícia Civil.

Por isso, não há previsão de novas ações para tentar localizar o caminhoneiro. Além disso, segundo o delegado responsável pelo caso, Gustavo Costa do Amaral, todas as informações relacionadas ao caso, como hipóteses sobre o que aconteceu com Luciano e novas operações de buscas e apreensões estão sendo realizadas sob sigilo para não atrapalhar as investigações.

— Agora é mesmo um trabalho de inteligência da investigação relacionado à Polícia Civil, tudo o que formos empregar depende de diligências junto à Polícia Civil. No local onde foi encontrada a motocicleta, fizemos a varredura com todas as tecnologias possíveis, com cães farejadores, drone, embarcação pra águas rápidas, e não há vestígios do Luciano, além da motocicleta — enfatizou o capitão Manfio.

Ainda segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, foram feitas duas buscas neste final de semana, uma na manhã de sábado, após informação de odor forte em uma região de mata fechada — as equipes encontraram carcaças de um bezerro e de um cavalo —, e outra na manhã deste domingo (6), em local de difícil acesso, mas sem indícios de Luciano. Os Bombeiros Voluntários de Bom Jesus também participam das buscas, e realizaram trabalhos até o último sábado (5). Segundo o comandante dos bombeiros na cidade, Frederico Jacoby, o grupo auxilia nas buscas de acordo com as investigações da polícia.

— Nosso interior é muito grande, não tem como sair procurando do nada. Então, a gente segue a linha da Polícia Civil para fazer as buscas. Amanhã (segunda-feira, dia 7) vamos conversar com a Civil para ver se tem mais algum fato novo que possa nos indicar onde fazer as buscas — afirmou Jacoby.

Na sexta-feira à noite, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em três endereços relacionados ao caso. Foram apreendidos oito telefones celulares e uma arma de fogo registrada. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) periciou os três endereços e quatro veículos. Os materiais colhidos serão encaminhados para laboratório. A polícia não divulgou quem são os donos dos celulares, da arma e dos veículos.

“Já foi revirado esse interior e nada”, diz irmão de Luciano

Mesmo com as buscas suspensas, a família mantém a esperança de encontrar Luciano com vida. O relato é do irmão mais novo do caminhoneiro, Luiz Carlos Boeira, 24 anos, que falou do “tormento” que é conviver com o caso em andamento.

— Situação bem complicada, não desejo isso pra ninguém. A gente acha que nunca vai acontecer com a gente. É bem complicado. Faz um ano e três meses que perdemos um irmão num acidente de moto aqui na localidade. A gente tem esperança de encontrar ele (Luciano) vivo. Que quem fez isso, se estiver com ele preso, que solte, porque é um tormento. O cara não consegue mais dormir, pensando onde que está esse homem que não aparece. Já foi revirado esse interior e nada dele, nem vivo e nem morto. É complicado — lamenta.

Relembre o caso

Luciano sumiu no dia 26 de julho, após sair de casa para encontrar uma mulher. Ele é conhecido na comunidade como Bigode e trabalha como caminhoneiro. Segundo familiares e áudios encaminhados por ele a um amigo, ele saiu de moto da região de Hortêncio Dutra, interior do município, depois de receber uma mensagem da mulher pedindo para que os dois se encontrassem.

Conforme a família, a mulher, que é casada, teria mandado uma mensagem afirmando ter se separado do companheiro. Como ele não retornou para casa, a família acreditou que os dois tivessem fugido. No dia seguinte, quinta-feira (27), familiares viram a mulher e o companheiro em um posto de saúde e começaram a se mobilizar para procurar pelo homem. A mulher confirmou à polícia que ela e Luciano chegaram a se ver no dia 26 de julho. Contudo, ela não viu mais ele após o encontro. A mulher e o marido negam qualquer relação com o desaparecimento.

O delegado informou que não encontrou as mensagens de Luciano no celular da mulher e que ela relatou que tinha o hábito de apagá-las para que o marido não visse. Os celulares de todos os apontados pela família como possíveis envolvidos no sumiço foram analisados e eles forneceram acesso total aos telefones e às residências, segundo o policial.